A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou acesso integral às provas do inquérito do golpe. Os advogados alegam que, embora tenham recebido um disco rígido com a cópia da apuração, as mídias entregues estão incompletas.
“Estas mídias não contemplam nem a totalidade da prova já utilizada nos autos (representação inicial e relatório final), nem da prova obtida após encerrada a fase de cumprimento de diligências, ou seja, quando estas não estavam mais em curso”, escreveu a defesa do ex-presidente.
Os advogados também alegam cerceamento do direito à defesa, pois as diligências já foram encerradas e o caso está em análise na Procuradoria-Geral da República (PGR).
Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal (PF) em novembro de 2024. A PGR deve apresentar a denúncia ao Supremo até o fim deste mês.
Na petição, os advogados afirmam que tiveram acesso a um HD externo com 111.176 arquivos em 3 de fevereiro. No entanto, ao analisá-lo, encontraram apenas sete mídias de celular apreendidas, identificadas com os nomes “Mauricio Cid” e “Gabriela Santiago”, além de celular “em nome de Cid” e os aparelhos de Marcelo Costa Camara e Ailton Gonçalves Moraes Barros.
A defesa ainda afirma que, somente de celulares, foram mais de 30 apreendidos.
Esta não é a primeira vez que o ex-presidente recorre ao STF para solicitar acesso integral ao material da investigação. Um dos conjuntos de provas que permanece sob sigilo é a delação do ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid.
O ex-assessor de Jair Bolsonaro já prestou mais de uma dezena de depoimentos. Apenas o primeiro é de conhecimento público.
