Integrantes do governo federal passaram a acompanhar com atenção o processo de remoção de famílias da Favela do Moinho, comunidade na área central da capital paulista.
Nesta sexta-feira (18), a ministra da Gestão, Esther Dweck tratou do assunto com o secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab.
A CNN apurou que, por ligação telefônica, Dweck pediu detalhes do planejamento de retirada e solicitou informações sobre a política habitacional da gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A ministra de Lula pediu ainda por mais diálogo entre os gestores locais e representantes dos moradores.
A União é dona da maior parte do local onde está a comunidade e a cessão do terreno ainda está em fase de negociações.
Em nota encaminhada à CNN, a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), por meio da Superintendência de São Paulo, informou que a transferência do terreno “está condicionada à garantia do direito à moradia das quase 1.000 famílias que vivem no local.”
O órgão também informou que o processo de cessão “depende de ajustes e complementações por parte da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo [CDHU], no plano de reassentamento enviado em abril deste ano, para que contemple as necessidades dos moradores”.
Nesta semana, o governo de Tarcísio de Freitas intensificou o processo de remoção das famílias, com a proposta de transformar a área em um parque urbano. O planejamento ainda inclui a implementação de estações de trem, além da transferência da sede administrativa do governo para o local.
O Ministério Público chegou a classificar a região como um “bunker” de abastecimento da Cracolândia.
No Congresso Nacional, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) relatou à CNN ter recebido denúncias e relatos de que moradores que estariam sendo pressionados a deixar o terreno sob coação das forças de segurança.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo enviou um posicionamento após as manifestações ocorridas nessa sexta-feira.
“Para o local, o Estado propôs o reassentamento de famílias da comunidade com o objetivo de levar dignidade e segurança a essa população, que vive sob risco elevado em condições insalubres, com adesão voluntária de mais de 87% da comunidade até o momento. Cerca de 50 pessoas protestam e interditam a entrada da comunidade nesta tarde. As equipes policiais monitoram a situação à distância para evitar confrontos”, diz a nota.