A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta sexta-feira, 12, a “Declaração de Nova York”, que relança a proposta de dois Estados para a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. O texto recebeu 142 votos favoráveis, 10 contrários, entre eles os de Israel e Estados Unidos, e 12 abstenções.
O documento condena o Hamas, responsabiliza o grupo pelos ataques de 7 de outubro de 2023 e determina que a facção entregue as armas. A resolução também impede que a organização volte a exercer autoridade sobre a Faixa de Gaza, atribuindo esse papel à Autoridade Nacional Palestiniana com apoio internacional.
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Redigido por França e Arábia Saudita, o texto marca uma mudança no posicionamento da ONU. Pela primeira vez, desde o início da guerra em Gaza, o plenário adota uma resolução clara contra o Hamas.
O resultado da votação antecede uma cúpula marcada para 22 de setembro em Nova York, que terá Emmanuel Macron como um dos copresidentes. O presidente francês já anunciou que pretende reconhecer oficialmente o Estado palestino durante o encontro.

Ao longo da semana, outros países sinalizaram que seguirão o caminho da França e reconhecerão a Palestina como Estado. Para analistas, a medida busca elevar a pressão sobre Tel Aviv e pavimentar um suposto futuro cessar-fogo.
O texto prevê ainda a criação de uma missão internacional temporária em Gaza, sob mandato do Conselho de Segurança, com o objetivo de proteger civis e oferecer garantias de segurança a israelenses e palestinos.
Netanyahu se opõe à declaração da ONU sobre um eventual Estado palestino
Atualmente, cerca de três quartos dos 193 membros da ONU já reconhecem a Palestina como Estado. Na véspera da votação, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou que “não haverá um Estado palestino”.
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Os EUA, principal aliado de Israel, reforçaram a posição ao negar visto de entrada em Nova York ao presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmud Abbas, durante o período da Assembleia Geral.